Fotografia Presidência do Benim
Tassi Hangbé uma Rainha no Benim
Redação Le Afrique Brazil
Uma história real que deveria estar sempre em destaque na atualidade quando buscamos conhecer mais profundamente as histórias da ancestralidade africana. Uma das histórias mais fascinantes sobre uma mulher forte e corajosa que marcou uma nação. Chega em minhas mãos uma homenagem à altura desta guerreira, que ganhou uma estátua de 30 metros de altura de bronze em Cotonu, na maior cidade do Benim, em homenagem a memória do exército de mulheres do Reino de Daomé, onde hoje é o Benim. O local é um ponto de referência turística para aqueles que buscam conhecer a realeza africana através das mulheres.
O antigo Reino do Daomé
Existiu entre os séculos XVII e XIX, e atualmente é o Benim. Um país com muitas tradições tendo a presença constante da ancestralidade viva através da espiritualidade vinda dos antepassados que são cultuados. O Benim é um dos lugares mais enigmáticos do mundo, devido a existência do poder vindo através dos ancestrais. E dentro deste resgate encontramos perdida esta história fascinante de uma mulher que viveu muitos embates na vida, com coragem e força. Florent Couao-Zotti em poucas palavras faz um breve resumo desta história emblemática para nós, ele é o responsável por escrever a peça teatral intitulada “Tassi Hangbè, a rainha proibida. Florent atualmente é assessor do Ministério do Turismo e Cultura no Benim.
“Hangbèé filha do rei Aho Houégbadja que reinou de 1645 a 1688 sobre o Reino de Danxomè. A princesa Tassi Hangbé tinha um irmão gêmeo. E, após a morte de seu irmão gêmeo em 1708, durante uma batalha, ela ascenderá ao trono quando não era esperado que reinasse. Mas para não desencorajar o exército do Daomé que não consegue derrotar os guerreiros do Reino de Oyo, aos quais paga tributo e dote todos os anos do qual quer se livrar, o Conselho Real terá uma ideia brilhante: vestir como um Homem a Princesa Tassi Hangbé para substituir seu irmão que morreu em batalha vestindo-a com todos os atributos de seu irmão. Quando o exército de Danxomè consegue derrotar o de Oyo, ficamos sabendo da morte do rei Akaba. E para sucedê-lo, estando também morto o irmão da princesa Tassi Hangbè, é ela quem ascenderá ao Trono (1708-1711). Agojie e a quem alguns chamam de Amazonas (Mulheres-Soldados) serão criadas no Reino de Danxomè.”
Uma história com nuances reais de muita luta e persistência em busca de uma liberdade diante de seu povo. E também uma grande missão assumir o lugar do seu irmão gêmeo mesmo diante da perda e dor. Grandes histórias são construídas por grandes mulheres que marcaram o seu tempo e estão vivas na história da humanidade. E esta mulher representa na nossa atualidade o empoderamento e a emancipação das mulheres. Revisitar a história do passado é de fato encontrar fatos reais que hoje trazem uma esperança de valorização e inclusão da existência da realeza feminina e das mulheres guerreiras, ou seja, o exército feminino dentro da história africana mundial.
Fotografia Presidência do Benim
O poder e a mulher
Apesar do seu reinado ter tido apenas três anos, a Rainha Tassi Hangbé teve tempo suficiente para fazer e acontecer chamando a atenção para as mulheres de que todas são capazes com direitos iguais aos homens daquela época. Ela decidiu também, que elas deveriam caçar ou dedicar-se à criação de animais, com atividades dominadas e reservadas somente aos homens. Tassi Hangbé foi uma grande administradora e empreendedora, desenvolveu a agricultura e conseguiu facilitar o fornecimento gratuito de água potável para todos os seus súditos. Ela foi uma grande Rainha que soube valorizar a sua essência e alma feminina mesmo dentro de um mundo governado pelos homens. O seu legado continua vivo e atuante no Benim. Através da valorização das mulheres amazonas que continuam sendo um grande símbolo da emancipação das mulheres. Durante anos esta história foi ignorada, atualmente elas estão sendo gradualmente reconhecidas: em Abomey, na antiga capital do reino do Daomé, está para ser construído um museu em honra de Tassi Hangbé. Uma iniciativa para que a guerreira seja sempre lembrada pelos seus descendentes com cerimónias festivas onde o cantos e danças possam ativar a memória ancestral.
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O fanatismo faz com que não aceitamos a realidade da verdadeira história. Existem, infelizmente, muitas pessoas cegadas pela tonalidade da pele. Os verdadeiros egiptos eram pessoas de pele morena, como a sulamita, relatada no cantos do Rei Salomâo. Cleópatra era mulher de pele escura e não clara como é nos spresentados pela média ou então pela sétima arte ocidental.